Artista: Lasar Segall
Navio de emigrantes, 1939/41
Óleo sobre tela
230 x 275cm
Tiros não mais me assombram
Mas se me pegar, quem cuidará de Ana?
Embarquei, notei as vestes únicas, úmidas.
O navio sujo, cheio. Falta falta ar, mãos vazias, a vida a deriva.
O sonho é não sonhar
Dormir é o bastante, meu montante
A viagem é o ato, a esperança turva, chegada incerta, disputa pura
Assoalho barro de Deus
Capitão rei encenação
O Navio negreiro nunca esteve em extinção.
Dor inconsciente também dói
O medo de sofrer destrói
Quem será meu algoz
Tomei a voz que não me ouve
O trabalho não é fardo
Lá esta a guerra
Aqui morre os refugiados.
Por Grazy Nazario.
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