quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Diário da artista - Arte essencial

Fui assistir uma peça de teatro, a peça se chama "Panos e Lendas”. Fui a partir de um convite, e como dificilmente evito a arte, é claro que aceitei.
 A peça é voltada para o publico infantil, lamentei não estar com nenhuma das crianças que estão em meu convívio, seria mágico para eles, assim como foi para mim.

Mas como assim? 
Espetáculo pra criança, contadores de histórias, musicas de cantigas e lendas!

Exato, como é bom viver momentos de "Alice”, sempre que acontece procuro fazer bom uso.

Eu sei que muitas vezes não é fácil se permitir a isso, as crianças fazem isso muito bem, mas os adultos, que, aliás, são os que mais precisam sentem dificuldade em se permitir ao lúdico, como se as dores da vida e dos dias cinzentos tentassem sempre nos arrancar do riso,  assim ficamos a mercê das duras pedras, vivendo como se não existisse magia e arte.

Fico impressionada como nos vendemos fácil para a correria do dia a dia, o trabalho nos consome, e pouco é construído de benéfico dentro de nós com os frutos dele. 

Sempre cansados e esgotados pela fadiga... 
Que bom que existe a arte, o som, e que sorte conhecer a poesia. <3

Mesmo aqueles que experimentam o doce sabor de se libertar de energias ruins, não conseguem fazer disso algo simples. Acredito que temos um jeito único de sentir as coisas, mas se permitir ao universo da imaginação desafia as leis do básico dia a dia de se viver.

Fiquei a imaginar como seria a vida sem arte, creio que seria como viver em trevas, uma vida sem sonhos ou encanto, nada de respirar ares de felicidade, nem delírios de riso. Seria o caos. \0/

Após o fim do espetáculo, me pus a refletir, pensei que bom seria se todos conseguissem se abrir para sentir a arte e o seu poder de encantar e transformar em suas mil maneiras de fazer isso.

Pensei que talvez as lendas e as luzes do palco fossem partículas mágicas, que funcionam como desenvenenador de almas, retirando o ópio da vida, purificando os sonhos, e nos deixando mais leves. 
Parece até que a infância ainda vive em nós.

Não reparem nisso, ao descrever esta sensação é provável que eu estivesse sob forte efeito de substâncias intoxicas! ;) 

O espetáculo se foi, a vida continua com o trabalho, a realidade desigual, as diferenças entre os gêneros, raças e classes, nem parece que algo mudou.  Mas a arte sempre muda, e transforma algo, as dores do mundo sempre irão continuar, só quem muda somos nós, as pessoas, e somos nós os únicos capazes de mudar o mundo.



Para hoje: Que as luzes do palco sejam magia, e a vida pura poesia. 







Eu assisti a peça "Panos e Lendas no teatro do Shopping Raposo, sala Irene Ravache.
Maiores informações:
http://www.compreingressos.com/teatros/829-teatro-raposo-shopping-sala-irene-ravache

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Diário da artista: Reavaliar pra sonhar

Tive um estralo, um sopro no meu estomago me incomodou, e eu senti um gosto ruim na boca, como se tivesse mastigado alguma coisa crua, e o sabor do desgosto tivesse ficado impregnado. 
 Parei pra pensar sobre isso.

Lembrei-me de que já faz muito tempo que não escrevo, mas muito tempo mesmo, creio que quase dois meses, e isto é muito ruim. 
Quando falo de minha escrita não falo sobre contar coisas da minha vida e blá blá blá...

 A escrita para mim é como água ou alimento, é quando a alma se liberta, e os sentidos se despertam. O que seria de mim sem nenhuma expressão? 
Sem me sentir, me imaginar, viver-me. 

Passei a avaliar por que fiquei tanto tempo sem fazer aquilo que tanto amo, nem  textos curtos aqui, ou contos, ou problematizar no guerrilha feminina... Mesmo mantendo o facebook ativo e escrevendo poesias e frases curtas. 
Os textos são diferentes, é um auxilio para a minha própria construção,  crescimento pessoal e profissional, eu não posso parar, isto não seria justo comigo, na verdade isso é cruel. 

Lembrei-me de que sofri algumas decepções em campos cruciais pra mim (se é que algum campo não é ! rsrs), até pensei em escrever sobre isso, mas não consegui, não tive o ânimo necessário. 
Este é o preço de ser intensa, é um sobe e desce nas emoções que chega me dá pânico! 

Mas diante disso repensei a mim mesma, e cheguei a conclusão de que é muito mais fácil desistir a prosseguir, é preciso ser muito forte, e  realmente fazer do sonho um alimento, algo que realmente necessitamos, para que aquilo que nos faz bem faça parte da nossa vida. 

Algumas vezes o mundo e suas cobranças tende a nos sufocar, nos calar as emoções, nos roubar o tempo e nos tirar o riso. 

Decidi que mesmo tendo vivido várias coisas dignas de textos incríveis, retomarei daqui, não me lamentarei. Farei disso o meu alimento, como sempre foi, tentarei ser mais forte a cada dia.  

Mas e quanto a você. O que retirou de sua vida sem perceber? 

O que era importante, mas hoje se perdeu nos ventos do tempo e ficou na saudade e nas lembranças? 
Substituiu por algo novo que combina com a nova versão de você mesmo, ou foi substituído por fazer a felicidade de outro alguém, para assim não precisar se preocupar com a sua?  

Buscar o próprio riso não é egoismo, é se amar e cuidar de si, é se fazer importante.

Amar a vida é divino, permanecer na luta é acreditar no sonho de mudanças.  
Ter reais motivos para sorrir é fácil, difícil é perceber isso.
Vou escrever,  e cuidar para não ficar contra a melhor parte de mim. 


Para hoje: Que eu sempre perceba, antes que me perca.